DjennyPERIGOSA, GirlPower e Nanda: mulheres brilham no PGS Américas

Cobertura

by PUBG Esports

Duas mulheres brasileiras estrearam nos esports de PUBG e fizeram bonito na seletiva online da América Latina do primeiro PUBG Global Series (PGS) Américas da temporada 2020. Enquanto Jennifer “DjennyPERIGOSA” Hartmann competiu pela Team Maia e disputou as finais, Nanda Kruschewsky participou da análise das partidas. Além delas, a argentina Eva “GirlPower” Cereijo também brilhou, dando sequência à carreira competitiva e chegando à penúltima rodada do classificatório.

DjennyPERIGOSA começou a jogar PUBG no início de 2018, ao conhecer o jogo por meio do namorado. Ela havia tentado participar de competições online, mas, há 1 ano, desistiu por não ter computador com boas configurações.

Com o PC do namorado, a jogadora passou a fazer streams de PUBG e conseguiu o dinheiro para comprar o próprio computador novo e, assim, jogar competitivamente sem ter desvantagem técnica em relação aos adversários.

DjennyPERIGOSA se juntou com amigos e montou uma equipe para a seletiva online latino-americana do PGS Américas, concluída no domingo (2).

DjennyPERIGOSA começou a competir e chegou às finais da seletiva

A Team Maia, equipe da competidora, passou pelas três rodadas iniciais e chegou às finais, disputando com outros 15 times, parte deles de nível profissional. Depois da realização dos 12 mapas, a equipe ficou na 12ª colocação, apenas uma posição atrás da FURIA Esports.

“Ficamos muito felizes. Entrosamos rápido e tivemos uma boa comunicação”, avalia DjennyPERIGOSA, que ainda enfrenta a resistência dos pais em apoiá-la. “Eles não entendem que jogo é profissão também”.

Resistência às mulheres

Essa objeção, na opinião da jogadora, afasta muitas mulheres do competitivo, pois o suporte da família a uma empreitada nos esports é menos comum do que para os homens. Isso, aliado ao preconceito do público, torna escassa a presença feminina nos campeonatos.

Por isso, DjennyPERIGOSA entende que pode ser um exemplo para outras mulheres que querem entrar para o cenário competitivo. “Eu sinto que sou um dos incentivos para mulheres verem que conseguem, sim, ainda mais agora que cheguei na final logo no primeiro campeonato. Se eu consegui, outras conseguem também. Todas que eu conheço me incentivaram falando que estou representando-as muito bem. Fiquei muito feliz pelo apoio”.

DjennyPERIGOSA pretende continuar, com o mesmo time, participando de outros torneios pela internet, perseguindo o sonho de ser jogadora profissional do game que representa tanto para ela. “O PUBG é um campo de batalha para mostrar o seu melhor. É um jogo que eu amo e é a paixão de muita gente também”.

Superando adversidades

O PGS Américas contou também com GirlPower, que jogou pela Mutant Gaming e chegou à terceira e penúltima rodada da seletiva. A equipe figurou, portanto, entre as 32 melhores da América Latina.

GirlPower é streamer de PUBG e está no cenário competitivo desde 2019. Ela escreveu no Twitter sobre a oportunidade de disputar a competição latino-americana

“Quando eu cheguei aos esports, percebi que não tínhamos condições iguais que os homens. Eles podiam treinar com calma e focar, enquanto nós tínhamos a cabeça na jogabilidade, mas também em compras, comida, casa, família, crianças. Hoje, estou entre as 32 melhores equipes da América para continuar avançando e acho que, apesar de não poder passar para a próxima rodada, foi muito superior para o que tinha sido meu desempenho”, declarou a argentina, que mandou uma mensagem de empoderamento para outras mulheres. “Você pode, com todas as suas adversidades”.

Nanda Kruschewsky analisou as partidas na transmissão brasileira da seletiva latino-americana do PGS

Voz feminina na transmissão

Na equipe de análise da transmissão brasileira estava Nanda Kruschewsky, caster com mais de três anos de experiência que fez sua estreia no PUBG competitivo.

Ela joga games no computador desde criança e, depois de se destacar em streams de World of Warcraft (WoW) a partir de 2015, recebeu o convite para narrar competições, logo em 2016.

“Eu sempre gostei muito de PUBG e, em 2018, eu joguei a Copa IGN em uma line feminina da Brazilian Crusaders. Nunca tive talento para ser pro-player, minha praia é ser caster. A PGS foi a minha primeira experiência com transmissão de PUBG. Foi incrível”, conta Nanda.

Nanda estreou como caster no PUBG, jogo no qual já participou de torneios

Ela dividiu a transmissão dos confrontos com Bernardo “BiDa” Moura, Felipe “Felpy” Cardoso, Thauê “Neves” Neves e Felipe “Tonello” Souza, cheia de animação pelo novo desafio da carreira.

“Quando eu aceito ser caster de um campeonato, eu estudo muito. Passo horas vendo VODs de transmissões passadas e eu adoro fazer isso. Sempre procuro estar com o máximo de informações que eu conseguir e, no dia de jogo, busco me manter tranquila para absorver os detalhes das partidas”, diz Nanda sobre sua rotina.

Visibilidade inspiradora

Com a sua visibilidade, a caster acredita que pode inspirar outras mulheres a entrarem para o competitivo. “Existem muitas mulheres talentosas. Só que infelizmente ainda há preconceito quando uma menina se destaca em um ambiente predominantemente masculino. Isso acaba provocando receio nas garotas que têm vontade de fazer algo como ser narradora ou comentarista. Tendo um precedente, mulheres podem se sentir mais seguras e inspiradas para se arriscarem e fazerem aquilo que elas têm vontade”.

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